Dona Maria Cândida de Lafetá e Souza era filha de um dos Governadores do Forte de São Miguel, José Caetano de Lafetá e Sousa e de sua mulher, Thereza Correia. Isto apesar de Godinho Granada, nos seus estudos, referir que o mesmo foi casado uma tal de D. Flávia Feliciana de Lafeta e Sousa. Disso, demos nota num artigo datado de 5 de Fevereiro de 2018. Portanto, apenas podemos conjecturar que Dona Maria Candida de Lafeta e Sousa deverá ser filha de um outro casamento do Governador do Forte de São Miguel.
Seja como for, Dona Maria Candida de Lafeta e Sousa morreu no dia 16 de Janeiro de 1810, tendo sido sepultada na Igreja Matriz na Pederneira, não se referindo no registo de óbito em causa, a naturalidade ou a idade da falecida.[1]
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Quanto ao apelido Lafetá, a Pedatura Lusitana remete para um tal de João Francisco de Lafetâ, italiano, natural de Cremona, pessoa rica, que terá vivido em Lisboa no tempo de D. João III.[2]Segundo o Dr. Godinho Granada, baseado em fontes anteriores, o apelido “Lafetat” tem origem italiana, usado por uma família da cidade de Cremona, Ducado de Milão, da qual um membro veio para Portugal no século XVI. O apelido, na forma original, era ALFAITATTI. Por corruptela deu Lafetat e aqui, Lafeta. Francisco de Alfaitatti, filho de Agostinho de Alfaitatti, atraído pelas oportunidades de negócios que, para negociantes e aventureiros, constituía o Portugal de Dom Manuel I, aqui se radicou e constituiu família.Um ramo da família fixou-se no Carvalhal de Óbidos, hoje concelho do Bombarral, onde construiu casa senhorial e adquiriu largo latifúndio onde trabalhavam numerosos escravos.Outro ramo fixou-se na Nazareth na pessoa do Governador do Forte, Jose Caetano de Lafeta e Sousa em meados do século XVIII.[3]Mais dados irão, com toda a certeza, aparecer sobre a presença desta família na vila da Pederneira, não deixando de os partilhar neste espaço, sempre que se justifique.
[1] ADLRA – Freguesia da Pederneira, Livro de Óbitos, 1806, f.23.
[2] MORAIS, Cristovão Alão de. Pedatura Lusitana (Nobiliário das Famílias de Portugal), Tomo II, Vol. I, 1699, p. 158 a 160. Mais se refere sobre esta família em Portugal, mas que não cabe no âmbito deste breve artigo. Não deixa, no entanto, de ser importante o seu estudo, na relação com o Governador do Forte, João Caetano de Lafetá e Sousa.
[3] Sobre tudo isto, confira-se GRANADA (1996:132-133 e 416). Confira-se, também, sobre o Governador, a obra de Pedro Penteado, Peregrinos da Memória, C. E. H. R., Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, 1998, pp. 259, 262, 281 e 282.