São, também, os registos de gente de fora que engrandecem a história da Nazaré.
Este registo de óbito poderá ter interesse para as pessoas que estudam as genealogias de Figueiró dos Vinhos e de Tomar, em particular na parte eclesiástica, embora saibamos que muitas vezes com a entrada na vida eclesiástica as freiras e os frades adoptavam outros nomes, mais ligados à devoção, perdendo, assim, a ligação à família de onde provinham.
Não existem, como parece, limites para a genealogia, e muito menos para as funções que os nossos antepassados desempenharam durante a sua vivência. Também eu tive uma tia-avó paterna que dedicou a sua vida a Deus, sendo freira e passando muitos anos em serviço no Hospital da Casa de Nossa Senhora da Nazaré (Sítio).
À parte essas questões mais familiarees, aqui fica o testemunho coevo de uma tal de Dona Arcenia, religiosa no Convento de Figueiró dos Vinhos.
«Aos vinte e quatro dias do mez de Setembro de mil oitocentos trinta e sinco annos na Praia desta Freguesia de Nossa Senhora das Areas da Villa da Pederneira faleceu com os Sacramentos Dona Arcenia Balbina Clara do Sacramento, Religiosa Professa no Convento de Figueiró dos Vinhos, e ultimamente era residente no Mosteiro de Santa Iria da Villa de Thomar, d’onde tinha vindo p.ª esta Praia a tomar banhos, foi seu corpo sepultado em caixão coberto na primeira sepultura do Cruzeiro a entrada das grades da parte do Altar de Nossa Senhora do Rosário desta Igreja Matris: de que tudo fis este assento, que assignei […]*
*ADLRA-Pederneira-Livro de Óbitos, 1835, f.15.