Há cerca de um ano um amigo meu forneceu-me um conjunto de informação plasmada, entre outros, no Jornal “O Alcoa”.
Na verdade, perdoem-me a ignorância, não sabia que esse jornal tinha um conjunto bastante significativo de artigos que mencionam a Nazaré, nas suas mais variadas vertentes. A surpresa foi grande, mas o conhecimento adquirido, ainda escasso perante tão significativo espólio, é elucidativo do que podemos aprender com a partilha da informação que cada um nós possui.
Disso mesmo são exemplo os dois artigos que mencionam a realização de outros tantos momentos teatrais na Nazaré, ocorridos no princípio da década de 60 e publicados nesse jornal.
Pouco tempo separam estas duas iniciativas, sendo que a primeira terá sido apresentada no dia 16 de Dezembro de 1961, pelos alunos do “Colégio D. Fuas “, no Cine-Paraíso, a favor dos pobres da Nazaré.
A segunda terá ocorrido no dia 2 de Janeiro de 1962, pelo “Clube Académica”, no Teatro Chaby Pinheiro.
Segundo o correspondente, que assina com um enigmático “C”, esta segunda peça teve como objectivo também o apoio aos pobres da Nazaré, tendo a colaboração da orquestra «Mascarenhas e seu conjunto».
Os dois artigos apresentam os nomes dos intervenientes, alguns deles do nosso conhecimento pessoal, mas que por via do R.G.P.D. não iremos colocar neste espaço. Remetemos, por isso, os nossos leitores e intervenientes para a consulta do jornal em causa.
Relevam-se, no entanto, algumas palavras dirigidas pelo correspondente “C” sobre as duas peças levadas a cabo no Cine-Paraíso e, por fim, as palavras do elementos do Clube Académico dirigidas à plateia.
Assim, “C”, não deixa de terminar o artigo sobre os espectáculos levados a cabo pelos alunos do “Colégio D. Fuas”, com um agradecimento emocionado.
«As “Ondas da Nazaré” [assim se denominavam as notícias sobre a Nazaré publicadas naquele jornal] não podem deixar passar esta oportunidade sem fazer presente dos melhores agradecimentos e sinceros parabéns à digníssima Direcção do Colégio D. Fuas e respectivo corpo docente e alunos, pelo esforço, dispendido [sic] nestas duas realizações, que tiveram não só o espírito de bem fazer aos necessitados mas também espírito cultural dos alunos e do meio ambiente em que vivemos, porque nem só de pão vive o homem.»
Por seu turno, na outra peça, um dos membros do “Clube Académico” comunica que como «é do conhecimento geral, todas as nossas iniciativas, quer artísticas quer desportivas, se destinam à angariação de fundos para assistência aos pobres da nossa terra. Não podia pois o presente fugir à norma pré-estabelecida, visto que o seu produto reverterá a favor do futuro asilo da Nazaré»
Fontes consultadas:
Jornal “O Alcoa”, n.º777, de 30 de Dezembro de 1961
Jornal “O Alcoa”, n.º 782, de 3 de Fevereiro de 1962
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